4 de Fevereiro de 1968
"The Drum Major Instinct"
- Conteúdo -
O sermão de King "Drum Major Instinct", feito no dia 4 de fevereiro de 1968, foi uma adaptacão do sermão de 1952
"Drum-Major Instincts" de J. Wallace Hamilton, um conhecido liberal e -branco- pastor metodista. King encorajou sua
congregacão a buscar grandeza, mas através de servico à Deus e amor. King concluiu o sermão imaginando seu funeral, re-
baixando toda a fama que conseguiu e dando ênfase ao seu coracão e o desejo de fazer a coisa certa.
- Início do Sermão -
Nesta manhã eu gostaria de usar como assunto para esta pregacão: "The Drum Major Instinct." "The Drum Major Instinct."
E nosso texto para esta manhã foi tirado de uma passagem muito familiar no capítulo 10 do livro de Marcos. Comecando com
o verso de número "35", nós lemos a seguinte passagem: "E Tiago e João, os filhos de Zebedeu, vieram até ele e disseram:
'Mestre, queremos que nos faças o que te pedirmos.' E ele disse: Que quereis que vos faça?' E eles falaram para seu
mestre: 'Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda.' Mas Jesus disse para
eles: Mas Jesus lhes disse: Vocês não sabem o que pedem; vocês podem beber o cálice que eu bebo,
e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado?' E seus dois discípulos disseram: 'Nós podemos.' Então Jesus disse:
'Em verdade, vós bebereis o cálice que eu beber, e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado; Mas,
o assentar-se à minha direita, ou à minha esquerda, não me pertence a mim concedê-lo, mas isso é para aqueles a quem está
reservado.'" E então Jesus no final da passagem diz: "Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser
ser grande, será vosso serviçal; E qualquer que entre vocês quiser ser o primeiro, será servo de todos."
O assunto está claro. Tiago e João estão fazendo um pedido especial para seu mestre. Eles sonharam, assim como a
maioria dos Hebreus sonhavam, com a chegada do rei de Israel que iria libertar Jerusalém e estabilizar seu reino no
Monte Zion, e de forma correta, governar o mundo. E eles acharam que Jesus era esse tipo de rei. E eles estavam pensando
nesse dia, em que Jesus iria reinar supremo como rei de Israel. E eles estavam falando: "Agora quando você estabelecer
o seu reino, deixe um de nós sentar do lado direito da sua mão, e o outro do lado esquerdo do seu trono."
Agora rapidamente, nós iríamos automaticamente condenar Tiago e João, e nós falaríamos que eles estavam sendo egoístas.
"Por que eles estariam fazendo um pedido tão egoísta?." Mas antes de condena-los tão rapidamente, vamos olhar calmamente
e de forma honesta para nós mesmos, e nós iremos descobrir que nós temos basicamente os mesmos desejos de reconhecimento,
de importância. Esse mesmo desejo por atencão, esse mesmo desejo de querer ser o primeiro. É lógico que os outros discí-
pulos ficaram bravos com Tiago e João, e você pode entender o porquê, mas nós precisamos entender que nós temos um pouco
das mesmas qualidades de Tiago e João. E isso está bem no fundo, junto com todos os nossos instintos. É como o instinto
de um tocador de tambor -- um desejo de estar na frente, um desejo de liderar a parada, um desejo de ser o primeiro. E
isso é algo que governa toda a gama da vida.
Então, antes de condenarmos eles, vamos nos permitir enxergar que todos temos um instinto de um tocador de tambor. Nós
todos queremos ser importantes, ultrapassar os outros, alcancar distincão, liderar a parada. Alfred Adler, o grande
psico-analista, afirma que isso é o impulso dominante. Sigmund Freud costumava afirmar que o sexo era o impulso dominan-
te, e Adler veio com um novo argumento falando que essa busca por reconhecimento, esse desejo por atencão, esse desejo
por distincão é o impulso básico, o que dirige a vida humana, esse instinto de tocador de tambor.
E sabe de uma coisa, nós comecamos cedo a perguntar à vida para nos colocar na frente. Nosso primeiro choro quando bebê
é um pedido/tentativa de conseguir atencão. E durante toda a nossa infância o instinto de tocador de tambor é uma grande
obsessão. Criancas pedem à vida para conceder a eles o primeiro lugar. Elas são pequenos pacotes de ego. E eles possuem
de forma natural o instinto impulsivo, ou o instinto de um tocador de tambor.
Agora na vida adulta, nós ainda temos esse instinto, e nós nunca o superamos. Nós gostamos de fazer algo bom. E sabe,
nós gostamos de ser elogiados por isso. Todos gostam disso, é um fato. E de alguma forma, esse aconchegante brilho que
nós sentimos quando somos elogiados, ou quando nós vemos nosso nome em algum lugar, é a vitamina A para nosso ego.
Ninguém fica infeliz quando é elogiado, mesmo quando a pessoa sabe que não merece tal elogio e mesmo se eles não acredi-
tam nisso. A única vez que as pessoas ficam infelizes com relacão a elogios é quando ele está sendo destinado para outra
pessoa. (Sim, isso mesmo.) Mas todos gostam de ser elogiados por causa desse instinto real de tocador de tambor.
Agora, a presenca do instinto de tocador de tambor é a causa do porquê tantas pessoas são "participantes ativos." Sabe,
tem algumas pessoas que simplesmente participam de tudo, E isso é realmente uma missão por atencão, reconhecimento e
importância. E eles pegam nomes que dão para eles essa impressão. Então você tem os seus grupos, e eles se tornam o
"Grand Patron [Grande Patrono]," e o amiguinho que é controlado pelas obrigacões da manutencão da "casa" precisa de uma
chance de ser o de "Mais de mais valor que vale a pena" de algo. É o desejo e o impulso de um tocador de tambor que go-
vernam a gama da vida humana. E assim vemos isso por toda a parte, essa busca por reconhecimento. E participamos das
coisas, participamos demais na verdade, achando que vamos obter esse reconhecimento nelas.
Agora, a presenca desse instinto explica o porquê de nós sermos tão frequentemente atraídos por propagandas. Vocês sabem,
esses cavalheiros de massiva persuasão verbal. E eles tem um jeito de falar as coisas que "meio que faz você" comprar.
Na busca para ser um homem de distincão, você tem que beber este Whiskey. Para deixar seus vizinhos cheios de inveja, você
tem que dirigir esse tipo de carro. (Deixe bem claro) A fim de ser linda e ser amada você deve usar essa cor de batom ou
essa fragrância de perfume. E sabe, antes mesmo de você perceber, você está comprando essas coisas. (Sim) É assim que
os publicitários trabalham.
Eu recebi uma carta outro dia, uma carta de uma nova revista que estava sendo lancada. Eu a abri, e nela estava escrito:
"Caro Dr. King: Como o senhor sabe, o senhor está em diversas listas da imprensa e é considerado como uma pessoa muito
inteligente, que olha para o progresso, um amante das artes e da ciência, e eu sei que o senhor vai querer ler o que
eu tenho a dizer." É claro que eu li. Depois que você falou tudo isso e explicou para mim de forma tão exata, é claro
que eu ia querer ler a revista. [Risos]
Mas falando sério, isso percorre por toda a vida; o instinto de tocador de tambor é real. (Sim) E você sabe o que mais
isso causa? Isso normalmente nos faz viver acima de nossos meios. (Deixe bem claro) Não é nada além do instinto de toca-
dor de tambor. Você já viu pessoas comprando carros que elas não conseguem nem comecar a pagar? (Amem) [Risos] Você já
viu pessoas andando por aí com Cadillacs e Chryslers que não ganham o suficiente nem para ter um T-Model Ford? (Deixe bem
claro) - Mas isso alimenta um ego reprimido.
Sabe, economistas dizem que nós não devemos gastar mais de metade do nosso rendimento anual em um carro. Então, se você
faz uma prestacão de 5 mil dólares, o seu carro não deve custar mais que U$25.000. Isso é simplesmente uma forma econômica
de poupar seu dinheiro. E se a família tem duas pessoas que dirigem, e os dois membros da família fazem 10 mil dólares,
eles teriam que conviver com somente um carro. Isso seria uma boa economia, mesmo sendo inconveniente de vez em quando.
Mas na maioria das vezes, você não vê pessoas ganhando U$5.000 por ano e dirigindo carros que custam U$6.000? E eles se
perguntam porquê suas dívidas -ano após ano- nunca acabam. [Risos] Isso é um fato.
Agora os economistas também dizem que a sua casa não deveria custar -- se você estiver comprando uma casa, ela não deve
custar mais do que o dobro do seu rendimento anual. Isto é baseado na economia que se pode fazer, e como você seria capaz
de comecar um novo ano sem as dívidas do último. Então, se você tem um rendimento anual de 5 mil dólares, é meio complica-
do viver nesta sociedade. Mas vamos dizer que uma família tem um rendimento anual de 10 mil dólares, então a casa não
deve custar mais do que 20 mil dólares. Bom, eu já vi colegas fazendo 10 mil dólares e vivendo em uma casa de U$40~50 mil.
E você sabe que eles mal conseguem pagá-la. Eles recebem um cheque todo mês em algum lugar, e eles já devem todo o
dinheiro mesmo antes do cheque cair. Nunca tem nada para colocar de lado em dias chuvosos.
Mas agora o problema, é o instinto do tocador de tambor. E sabem, você vê gente várias e várias vezes com o instinto de
um tocador de tambor vivendo dessa forma. E eles só continuam vivendo a sua vida para tentar ultrapassar
os vizinhos (Amem). Eles precisam desse casaco porquê este casaco em particular é um pouco melhor e um pouco mais bonito
do que o casaco da Mary. E eu preciso dirigir este carro porquê tem alguma coisa nele que faz dele um pouco melhor do que
o carro do meu vizinho. Eu conheco um cara que costumava morar em uma casa de 35 mil dólares. E então, outras pessoas
comecaram a construir casas de 35 mil dólares, então ele resolveu construir uma de 75 mil dólares. E então alguém cons-
truiu uma casa de 75 mil dólares, e ele construiu uma de 100 mil. E eu não sei aonde ele vai terminar a vida se ele
continuar com isso de tentar superar os vizinhos.
Chega uma hora em que o instinto do tocador de tambor pode se tornar destrutivo.(Deixe bem claro) E é sobre isso que eu
quero falar agora. E quero mover para o ponto em que se o instinto não for aproveitado, ele se torna muito perigoso; um
instinto fatal. Por exemplo, se ele não for aproveitado, a personalidade da pessoa se torna distorcida. Eu acho que este
é o maior dano: o que isso faz com a personalidade. Se ele não for aproveitado, você vai acabar tentando dia após dia li-
dar com seus problemas de ego por ostentacão. Você já ouviu falar de pessoas que--você sabe, e eu tenho certeza que você
já conheceu alguém assim--isso realmente se torna doentio porquê eles simplesmente se sentam durante todo o tempo falan-
do sobre eles mesmo. (Amem) E eles só se ostentam, e se vangloriam, e esta é a pessoa que não desenvolveu o instinto do
tocador de tambor.
E depois isso causa outros problemas na personalidade. Isso faz com que você minta sobre as pessoas que você conhece às
vezes. (Amem, Deixe bem claro) Existem pessoas que são pedintes influentes. E na busca deles para conseguir lidar com o
instinto do tocador de tambor, eles precisam tentar se identificar com pessoas importantes que eles conhecem, os "nome-
bonitos-e-grandes". (Yeah) Eles tomam chá com essas pessoas importantes, e eles fazem isso e aquilo. Isso acontece com
as pessoas.
E outra coisa que isso causa é fazer com que a pessoa se engaje desenfreadamente em atividades que raramente recebem algum
tipo de atencão. Criminologistas dizem que algumas pessoas são atraídas para o crime por causa desse instinto do tocador
de tambor. Eles não sentem que estão ganhando atencão suficiente através dos "meios normais" de comportamento, então eles
passam para um comportamento não-social na tentativa de conseguir essa atencão, na tentativa de se sentirem importantes.
(Yeah) E então eles pegam essa arma, e antes deles perceberem o que está acontecendo eles roubam um banco para tentar con-
seguir reconhecimento, tentar conseguir importância.
E depois disso a tragédia final da personalidade distorcida, que é o fato de que quando alguém falha no aproveitamento
deste instinto, (Glória a Deus) ele acaba por tentar puxar as outras pessoas para baixo, em ordem de puxa-lo para
cima. (Amem) E sempre que você faz isso, você acaba entrando em algumas das atividades que te deixam mais viciado. Você
vai espalhar o mal, o vício, fofocas, porquê você está tentando rebaixa-los para subir. (Deixe bem claro) E o grande
problema da vida é trabalhar e aproveitar o instinto do tocador de tambor.
Agora o outro problema é, quando você não desenvolve o instinto do tocador de tambor--esse incontrolável aspecto dele--é
que isso leva à um exclusivismo esnobe. Isso leva à um exclusivismo esnobe. (Deixe bem claro) E sabe, esse é o perigo de
clubes e fraternidades--Eu estou em uma fraternidade; Eu estou em duas ou três-- Mesmo para grupos femininos e todo o
resto, eu não estou falando contra eles. Eu só estou falando que é perigoso. O perigo é que eles podem se tornar grupos
à favor do classicismo e exclusivismo aonde de alguma forma você consegue um diploma de satisfacão porquê você está em
algo exclusivo. E isso está te satisfazendo de alguma forma, você sabe--"Eu estou nesta fraternidade, e é a melhor frater-
nidade do mundo, e ninguém consegue entrar nela." E isso acaba por, você sabe, ficaar uma coisa completamente exclusivis-
ta.
E sabe de uma coisa, isso pode acontecer com a igreja; Eu conheco igrejas que se vinculam à isso às vezes. (Amem, Deixe
bem claro) Eu já estive em igrejas que, você sabe, e eles dizem: "Nós temos tantos médicos, e tantos professores,e tantos
advogados, e tantos homens de negócios na nossa igreja." E não tem problema nisso, porquê médicos precisam ir à igreja, e
advogados, homens de negócios e professores--eles devem ir à igreja. Mas eles dizem isso--mesmo o pastor age dessa maneira
algumas vezes--Eles falam disso como se as outras pessoas não valessem a pena. (Amem)
E a igreja é o lugar onde os médicos devem esquecer que são médicos. A igreja é o lugar aonde um Ph.D deve esquecer que
tem um Ph.D. (Sim) A igreja é o lugar aonde a professora deve esquecer o diploma que ela tem por trás. A igreja é o lugar
aonde o advogado deve esquecer que é um advogado. E qualquer igreja que violar a doutrina do "Não importa quem seja,
deixe-os entrar" está morta, fria, (Sim) e não é nada mais do que um clube social com um pouco de religiosidade.
Quando a igreja é verdadeira à sua natureza, (Whoo) ela diz, "Não importa quem eles são, deixe-os entrar." (Sim) E isto
supostamente não satisfaz os usos perversos do instinto de um tocador de tambor. É o único lugar aonde todos são iguais,
servindo um único mestre e salvador. (Sim, senhor). E o reconhecimento cresce disso--que todos os homens são irmãos porquê
são filhos (Sim) de um mesmo pai.
O instinto do tocador de tambor pode direcionar ao exclusivismo na cabeca de alguém e pode direcionar alguém a sentir que,
por ter algum treinamento, é um pouco melhor do que a pessoa que não tem nenhum. Ou porquê ele tem alguma seguranca eco-
nômica, ele é um pouco melhor do que a pessoa que não tem nenhuma. E esse é o descontrolado, perverso uso do instinto do
tocador de tambor.
Agora é o seguinte, este instinto pode levar ao trágico--e nós vemos isso acontecer com certa frequência--preconceito
racial. Várias pessoas que escreveram sobre esse problema--Lilian Smith costumava dizer isto de forma belíssima em alguns
de seus livros. E ela falaria para pegar homens e mulheres e verem a raiz de todo esse problema. Você sabia que muito
dos problemas raciais provêm do instinto do tocador de tambor? Uma necessidade que algumas pessoas têm de serem
superiores. Uma necessidade que algumas pessoas têm de se sentirem as primeiras, e sentir que a pele caucasiana delas
mandaram elas serem as primeiras. (Deixe bem claro, hoje, porquê eu sou contra isso, então que Deus me ajude) E eles
disseram isto várias e várias vezes de formas que nós podemos ver com os olhos. Na verdade, não muito tempo atrás, um
homem no Mississippi disse que Deus era um membro fundador do Conselho de Cidadãos Brancos. E Deus sendo membro fundador
da organizacão, todos os participantes dela seriam de alguma forma, divinos, superiores. E pense no que aconteceu na His-
tória como resultado deste perverso uso do instinto de tocador de tambor. Isso levou a uma das piores tragédias ocasiona-
das pelo preconceito, a mais trágica expressão da desumanidade do homem com o homem.
Outro dia eu estava falando, eu sempre tento converter as pessoas quando estou na prisão. E quanto nós estávamos na
prisão em Birmingham outro dia, os guardas brancos chegavam e gostavam de ficar conosco na cela discutindo sobre o
problema racial. E eles tentavam nos mostrar aonde nós estávamos errando, e como a segregacão era algo correto. E eles
tentavam nos mostrar como que o casamento interracial era errado. Então eu comecava a orar, e nós comecávamos a
conversar--calmamente, porquê eles queriam falar sobre isso. E então um dia nós chegamos ao ponto--isso era o segundo
ou terceiro dia--de conversar aonde eles moravam, e quanto eles ganhavam. E quando eles me contaram o quanto eles esta-
vam ganhando, Eu disse: "Agora, vocês sabem de uma coisa? Vocês deviam marchar com a gente! [Risos] Vocês são tão pobres
quanto nós negros." E eu disse: "Vocês são colocados na posicão em que vocês dão suporte ao seu opressor, porquê através
de preconceito e cegueira, você falha em ver que as mesmas forcas que oprimem os negros na sociedade americana, também
oprimem pessoas brancas pobres. (Sim) E tudo o que vocês estão vivendo é a satisfacão pela cor da sua pele ser branca, e
o instinto do tocador de tambor de pensar que você são mais importantes que a gente só por serem brancos. E vocês são tão
pobres que não podem mandar seus filhos para a escola. Vocês devem sair marchando com todos nós toda vez que nós tivermos
uma marcha.
Isso é um fato. Que os brancos que são pobres foram colocados nessa posicão, aonde através de preconceito e cegueira (Dei-
xe bem claro) é forcado a dar suporte ao seus opressores. E a única coisa que ele tem para ele é o falso sentimento de que
ele é superior porquê sua cor de pele é branca--e mal pode comer e pagar suas dívidas. (Amem)
E isso não vale só para a luta contra o racismo, vale também para a luta entre nacões. E eu poderia dizer para vocês nesta
manhã que o problema no mundo hoje é a disputa colossal e amarga entre as nacões pela supremacia. E se nada acontecer para
dar um basta nisso, Eu vou ficar com um medo extremo de que nós provavelmente não vamos estar aqui para falar de Jesus
e a nossa irmandade por muito mais tempo. (Yeah) Se alguém não trazer a um fim esta confianca suicida que nós vemos no
mundo hoje, nenhum de nós vai estar por aqui, porquê alguém vai cometer o erro através da desajeitada falta de sensibili-
dade de jogar uma bomba atômica em algum lugar. E aí um outro alguém vai jogar outra. E não deixe ninguém enganar vocês,
isso pode acontecer em uma fracão de segundo. (Amem) Eles possuem neste momento 20 bombas de Megaton na Rússia que podem
destruir uma cidade maior que Nova Iorque em 3 segundos, com todos sendo jogados, e todos os prédios destruídos. E nós
podemos fazer a mesma coisa com a Rússia e a China.
Mas é por isso que nós estamos à deriva. E nós estamos à deriva porquê existem países com o instinto do tocador de tambor.
"Eu preciso ser o primeiro." "Eu preciso ter a supremacia." "Nossa nacão precisa dominar o mundo" (Ore) E eu estou triste
em dizer que a nacão em que nós vivemos é a culpada suprema. E eu vou continuar falando isso para a América, porque eu amo
demais este país para ver a deriva à qual ele está se sujeitando.
Deus não chamou a América para fazer o que ela está fazendo hoje. (Ore por isso, Ore por isso) Deus não chamou a América
para se engajar em uma guerra injusta e insensível como a do Vietnam. E nós somos os criminosos nessa guerra. Nós comete-
mos mais crimes de guerra do que praticamente qualquer nacão do mundo, e eu vou continuar falando isso. E nós não vamos
parar com essa atitude por causa do nosso orgulho e arrogância como uma nacão.
Mas Deus tem um jeito de colocar até as nacões em seus lugares. (Amem) O Deus que eu adoro tem uma forma de falar: "Não
brinque comigo." (Sim) Ele tem um jeito de falar, como o Deus do Antigo Testamento costumava dizer para os Hebreus,
"Israel, não brinque comigo, Babilônia, Não brinque comigo, (Sim) Seja correto e saiba que eu sou Deus. E se vocês não
pararem com esse comportamento imprudente, eu irei levantar e acabar com a coluna do seu poder." (Sim) E isso pode aconte-
cer com a América. (Sim) De vez em quando eu leio o "Declínio e Queda do Império Romano" de Gibbons. E quando eu olho para
a América, eu digo para mim mesmo, as semelhancas são assustadoras. E nós distorcemos o instinto do tocador de tambor.
Mas deixe-me apressar para a minha conclusão, porquê eu quero que você veja o que Jesus estava realmente dizendo. Qual foi
a resposta que Jesus disse aos seus discípulos? É muito interessante. Alguém poderia imaginar que Jesus iria condená-los.
Outro iria pensar que Jesus falaria: "Você está fora do seu verdadeiro lugar. Você é egoísta. Por quê você levantou tal
questão?"
Mas não foi isso que Jesus fez; ele fez algo completamente diferente. Ele disse, "Oh, entendo, você quer ser o primeiro.
Você quer ser grande. Você quer ser importante. Você que ser significante. Bom, você deve ser. Se você vai ser meu discí-
pulo, você deve ser." Mas ele recordou seus discípulos de suas prioridades: Sim, não desista deste instinto. É um bom ins-
tinto se você usá-lo da maneira correta. (Sim) É um bom instinto se você não o distorcer. Não desista dele. Continue
sentindo essa necessidade de ser importante. Continue sentindo essa necessidade de ser o primeiro. Mas eu quero que você
seja o primeiro em amor. (Amem) Eu quero que você seja o primeiro em excelência moral. Eu quero que você seja o primeiro
em generosidade. Isso é o que eu quero que você faca."
E ele transformou toda a situacão dando uma nova definicão de grandeza. E você sabe como ele disse isso? Ele disse,
"Agora irmãos, eu não posso dar grandeza à vocês. E sinceramente, eu não posso torná-los importantes." Isso é o que Jesus
falou para Tiago e João. "Você devem adquirir isso. A verdadeira grandeza vem não de favoritismo, mas da capacidade de
adquiri-la. E não sou eu quem dou o lado direito da minha mão ou o lado esquerdo do meu trono, eles pertencem a quem está
preparado." (Amem)
E então Jesus nos deu uma nova norma de grandeza. Se você quiser ser importante--esplêndido. Se você quer ser reconheci-
do--esplêndido. Se você quer ser grande--esplêndido. Mas reconheca que você deve servir à Ele cuja grandeza é maior do que
a sua. (Amem) Essa é a nova definicão de grandeza.
E nesta amanhã, eu gostaria de dizer o que eu gosto sobre isso: dando essa definicão de grandeza, todo mundo pode ser
grande, (Todo mundo) porquê todos podem servir. (Amem) Você não precisa ter um diploma de faculdade para servir. (Isso
mesmo) Você não precisa fazer seus sujeitos e verbos fazerem sentido para servir. Você não precisa saber sobre Platão ou
Aristóteles para servir. Você não precisa saber sobre a teoria da relatividade de Einstein para servir. Você não precisa
saber a segunda teoria da termodinâmica na física para servir. (Amem) Você só precisa de um coracão cheio de graca, (Sim,
senhor, Amem) uma alma renovada pelo amor. (Sim) E você pode ser esse servo.
Eu conheco um homem--e eu só quero falar sobre ele durante 1 minuto, e talvez vocês descubram sobre quem eu estou falando
enquanto eu estiver no meio do relato (Yeah) porquê ele era um grande homem. E ele acabou servindo à Deus. Ele nasceu em
uma vila obscura, (Sim, senhor) filho de uma pobre camponesa. E então ele cresceu em outra vila obscura, trabalhando como
carpinteiro até os 30 anos. (Amem) E então durante 3 anos, ele foi um "pastor" ambulante. E ele acabou fazendo umas
coisas. Ele não tinha muito. Ele nunca escreveu um livro. Ele nunca teve um escritório. Ele nunca teve uma família. (Sim)
Ele nunca teve uma casa. Ele não tinha ido para a faculdade. Ele nunca visitou uma cidade grande. Ele nunca foi mais que
200 milhas do local aonde ele havia nascido. Ele não fez nenhuma das coisas que as pessoas costumam associar com grande-
za. Ele não tinha nenhuma credencial a nao ser ele mesmo.
Ele só tinha 33 anos quando a maré da opinião pública foi contra ele. Eles o chamaram de agitador. O chamaram de criador
de problemas. (Glória à Deus) Ele agitou desobediência civil, quebrou injuncões. E então ele ficou frente à frente com
seus inimigos, e enfrentou a zombaria de um julgamento. E a ironia disso tudo é que os seus próprios amigos jogaram seus
inimigos em cima dele. (Amem) Um dos seus amigos mais próximos o negou. Outro dos seus amigos o entregou aos inimigos. E
enquanto ele estava morrendo, as pessoas que o mataram roubaram suas roupas, a única possessão material que ele tinha no
mundo. (Deus, o ajude) Quando ele morreu, foi enterrado em uma tumba emprestada, por pena de um amigo.
19 séculos vieram e foram e hoje ele é uma das figuras mais importantes e influentes de toda a história. Todos os soldados
que já marcharam, todos os navios que já navegaram, todos os parlamentos que já foram colocados no poder, e todos os reis
que já reinaram (Sim) não afetaram a vida do homem na terra da forma como essa vida solitária afetou. O seu nome pode ser
familiar. (Jesus) Mas hoje em dia eu escuto as pessoas falarem dele. De vez em quando alguém fala: "Ele é o Rei dos Reis."
(Sim) E de novo eu posso ouvir alguém falando, "Ele é o Lorde dos Lordes." E em algum outro lugar eu posso ouvir, "Em
Cristo não existe Leste ou Oeste." (Sim) E então eles continuam e falam, "Nele não existe Norte ou Sul, mas uma grande
amizade e amor que passa por todo o mundo." Ele não tinha nada. (Amem) Ele só foi caminhando, servindo e fazendo o bem.
Nesta manhã, se você servir, você pode estar no lado direito de sua mão e no lado esquerdo do seu trono. (Amem) É o único
jeito.
De vez em quando eu acho que todos nós pensamos de forma muito realista neste dia, quando nós seremos vitimados pelo deno-
minador comum final da vida--isso que nós chamamos de morte. Todos nós pensamos nisso. E de vez em quando eu penso sobre
a minha própria morte e eu penso no meu funeral. E eu não penso nisso como algo mórbido. E de vez em quando eu pergunto
a mim mesmo, "Era isso mesmo que eu queria ter dito?" E assim eu finalizo e deixo a palavra para vocês nesta manhã.
Se algum de vocês estiver vivo ainda no dia da minha morte, eu não vou querer um funeral longo. E se vocês chamarem
alguém para ficar me elogiando, falem para ele não demorar muito. (Sim) E de vez em quando eu me pergunto o que eu quero
que eles falem. Falem para ele não mencionarem que eu tenho um Nobel da Paz--isso não é importante. Falem para eles não
mencionarem que eu tenho 300 ou 400 outros prêmios--isso não é importante. Falem para eles não mencionarem aonde eu estu-
dei. (Sim)
Eu gostaria de alguém para mencionar o dia em que Martin Luther King Jr., tentou dar a sua vida para salvar outras. (Sim)
Eu gostaria de alguém para falar do dia em que Martin Luther King Jr., tentou amar alguém.
Eu gostaria que você falasse do dia em que eu tentei ser correto na questão da guerra. (Amem)
Eu gostaria que você fosse capaz de falar sobre o dia em que eu tentei alimentar as pessoas com fome. (Sim)
E eu quero que você seja capaz de falar que eu tentei dar roupa para aqueles que não tinham. (Yes)
Eu quero que você diga nesse dia que eu tentei na minha vida visitar aqueles que estavam na prisão. (Lorde)
Eu quero que você fale que eu tentei amar e servir a humanidade. (Sim)
Sim, se você quiser falar que eu fui um tocador de tambor, fale que eu fui um tocador de tambor pela justica. (Amem) Fale
que eu fui um tocador de tambor pela paz. (Sim) Que eu fui um tocador de tambor pelo correto. E todas as outras coisas
superficiais não vão importar. (Sim) Eu não vou ter nenhum dinheiro para deixar para trás. Eu não vou ter nada fino e lu-
xuoso na vida parar deixar para trás. Mas eu quero deixar uma vida comprometida para trás. (Amem) E isso é tudo o que eu
quero falar.
Se eu puder ajudar alguém que está passando,
Se eu puder animar alguém com uma palavra ou uma música,
Se eu puder mostrar a alguém que eles está tomando um rumo errado na vida,
Então a minha vida não vai ter sido em vão.
Se eu puder cumprir meu dever como um cristão deve,
Se eu puder trazer salvacão para um mundo já moldado,
Se eu puder espalhar a mensagem como o mestre ensinou
Então a minha vida não vai ter sido em vão.
Sim, Jesus, Eu quero estar no seu lado direito ou esquerdo, (Sim) não por alguma razão egoísta. Eu quero estar no seu
lado direito ou esquerdo não por ambicão ou política. Eu só quero estar aí em amor, justica, verdade e comprometimento
para com os outros, e então nós poderemos fazer desse antigo, um novo mundo.
Tradução livre por: Fábio Leite Couto Fernandez Filho.
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